Garimpeiro, como todos os pobres de Santo Inácio, para reforçar o orçamento ou amenizar os azares do garimpo, confeccionava ralos e peneiras de folha-de-flandres, para colegas mineiros; atendia também às aguadeiras, colocando fundo de madeira em latas de querozene estragadas pelo longo uso.
Era um preto alto, de fala mansa e medroso. Invariavelmente, iniciava suas conversas com um infalível "xem xem".
Nos idos de 1927, quando o carbonado alcançou preços extraordinários, com os garimpos superpovoados de aventureiros de várias regiões, atraidos pela notícia de dinheiro fácil na extração do negro diamante, eram constantes as brigas, com tiroteios e mortes, especialmente nos dias de feira (sexta e sábado), quando os mineiros desciam as serras para as compras na cidade, abusando na ingestão de cachaça.
Consta que num desses dias, encontrava-se Franco no BARRACÃO, com sua esposa Bertulina, fazendo compras, quando foi surpreendido pelo "PEGA PRA CAPAR", com gritos e descarga cerrada de arma de fogo. Apavorado, Franco saiu em disparada, arrastando Bertulina, já ouvindo o espocar de tiros em todos os quadrantes da cidade. Chegando em casa, foi alojar-se com Bertulina no quarto de dormir, embaixo da cama, e ali ficaram por longo tempo, até não mais ouvirem o pipocar das repetições. Essa longa agonia foi acompanhada de um mau cheiro constante e insuportável, que levou o nosso enfocado ao delírio:
- Xem xem Bertulina, parece que já "morremo" e já "tamo" é "pôde".
Aconteceu que sua cadelinha Baleia, tendo banqueteado alguma carniça num monturo próximo, também fugindo do tiroteio, refugiou-se atrás de um móvel no mesmo quarto e não parava de desprender seus gases nauseabundos.
Era um preto alto, de fala mansa e medroso. Invariavelmente, iniciava suas conversas com um infalível "xem xem".
Nos idos de 1927, quando o carbonado alcançou preços extraordinários, com os garimpos superpovoados de aventureiros de várias regiões, atraidos pela notícia de dinheiro fácil na extração do negro diamante, eram constantes as brigas, com tiroteios e mortes, especialmente nos dias de feira (sexta e sábado), quando os mineiros desciam as serras para as compras na cidade, abusando na ingestão de cachaça.
Consta que num desses dias, encontrava-se Franco no BARRACÃO, com sua esposa Bertulina, fazendo compras, quando foi surpreendido pelo "PEGA PRA CAPAR", com gritos e descarga cerrada de arma de fogo. Apavorado, Franco saiu em disparada, arrastando Bertulina, já ouvindo o espocar de tiros em todos os quadrantes da cidade. Chegando em casa, foi alojar-se com Bertulina no quarto de dormir, embaixo da cama, e ali ficaram por longo tempo, até não mais ouvirem o pipocar das repetições. Essa longa agonia foi acompanhada de um mau cheiro constante e insuportável, que levou o nosso enfocado ao delírio:
- Xem xem Bertulina, parece que já "morremo" e já "tamo" é "pôde".
Aconteceu que sua cadelinha Baleia, tendo banqueteado alguma carniça num monturo próximo, também fugindo do tiroteio, refugiou-se atrás de um móvel no mesmo quarto e não parava de desprender seus gases nauseabundos.
3 comentários:
Há algo de podre, também, nos subterrâneos do poder. Cadáveres insepultos empesteiam os aposentos palacianos.
Mais um excelente causo!!!
Aposto que a cadela fez de sacanagem...
ZH, você tem estado muito politizado ultimamente, até parece que estamos em crise política!!!
Fred
Ô, Chicão, não vai escrever mais não, é? Deixe de preguiça, baiano!
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