3.7.05

SANTO INÁCIO

Hoje é domingo, do pé de cachimbo/o cachimbo é de ouro, que deu no besouro/O besouro é valente, que deu no tenente/O tenente é mofino, que deu no menino/O menino... Bem, o menino tomou o seu banho semanal no Bode ou no Cascudeiro, na parte da manhã, com seu pai, homem evoluído para os padrões de então, despindo-se à frente do filho. Na parte da tarde, passeio ao Morro do Cruzeiro para ver as pipas serem empinadas e os namoros tipo JACARÉ entre as moças e rapazes da cidade.

O domingo era um dia especial para o menino, apesar do programa tão simples; é que era o único dia da semana em que a família se reunia na sua totalidade, à hora do almoço. Seu pai mourejava de segunda a sábado, de cinco da manhã às dez da noite, no seu comércio de Secos e Molhados, padaria e outros artigos. Dizíamos, como na letra da linda melodia interpretada por Gal e Tim Maia, DIA DE DOMINGO. Não tínhamos missa, como o imortal Ataulfo, em sua "pequenina Miraí", nem também coreto, jardim e banda. Jardim viemos a tê-lo, mais tarde, na adolescência do menino, ponto de encontro dos namorados que passeavam em grupos, contornando-o, defrontando com suas amadas, ainda no tradicional namoro tipo jacaré.

Hoje, DIA DE DOMINGO, 3 de julho de 2005, saudoso de minha infância e juventude, não me ocorreu nada melhor do que falar um pouco da fase feliz (como o fabuloso Ataulfo, eu não sabia) que passei naquele distante e querido pedaço da Bahia. Até a próxima.

7 comentários:

Bródi "Tom" Negão" disse...

Um pouquinho nostálgico hoje, não é, Chicão? Diga-me, que modalidade é essa, a do JACARÉ?

Anônimo disse...

Lindo texto. Não leio nele melancolia. Se você lembra é porque está aberto, vivo e corajoso.
As pessaos têm a mania de achar que as lemranças são sinal de melancolia. Eu não concordo. Saudade pode ser alegre, oras.

Bródi "Tom" Negão" disse...

Ué, eu nem falei em melancolia. Tá lá, ó: "NOSTÁLGICO", de nostalgia, certo, moça? Nem sempre a nostalgia é melancólica. A Saudade é a vontade de ter algo novamente, mas pode ser suave.

Francisco Pimentel de Meirelles disse...

A Bea e Zé Henrique: ambos estão certos: é saudade misturada com alegria e tristeza. A vocês e aos demais comentaristas o meu agradecimento com os votos de uma nova semana plena de saúde, paz, amor, relizações.

Anônimo disse...

Sr. Francisco,
A saudade pode ter vários sabores.
Uma vez doce outra amarga...mas sempre ela a mover aquilo que a memória faz questão de guardar para esquecer, e com ela relembrar de novo mas com sabor.
Daisy Lino

Anônimo disse...

Seu Pimentel, conte uma do "prego-lorde". Temos que saber a origem de apelido tão ingrato.
Abraço!
Fred Barros

Francisco Pimentel de Meirelles disse...

Ok Daisy, muito bem definido.Grato,saúde e paz.

Oi Fred, vou dar tratos à bola para ver se me recordo de algo interessante sobre o Prego Lorde, pois eu sou escrevo o que aconteceu.
- "É mentira Zé?"
- "Verdade, painho." Boa noite para todos.