1.7.05

Ceguinho Violeiro

O cego Quincas da Viola, encontrando-se "a perigo", tratou com uma "rapariga" sua conhecida um encontro em sua casinha de porta e janela, localizada nas imediações da Praça do Comércio, para as dez da noite de um sábado sem lua. Ao aproximar o momento esperado, com impaciência, o ceguinho começou a dedilhar sua viola, já sentindo o seu apêndice infra-umbilical transformar-se em ponteiro de bússola.

Chico Fumaça, regressando à sua residência depois de uma aventura no lajedo, foi surpreendido por uma inesperada chuva ao chegar à referida praça. Procurando um lugar para abrigar-se, notou luz na casinha de Quincas, ouvindo também o som da sua viola. Bateu na porta e o ceguinho, usando voz melosa, convidou:

- Entra, meu bem, a porta tá só encostada.

Chico Fumaça responde:

- Não é seu bem não, é seu amigo Chico Fumaça.

Decepcionado, temendo ver a sua noite de amor ir para o brejo, o ceguinho trovejou:

- Vai fumaçar no inferno, desgraçado.

4 comentários:

Bródi "Tom" Negão" disse...

Esse Chico Fumaça é o clássico e sempre indesejável "empata-foda".

Anônimo disse...

"O empate é um bom resultado."

E o ceguinho, ficou na fumaça ou sua rapariga foi ao seu encontro?

Escreva uma do "Prego-lorde"!!!

Abração

Bródi "Tom" Negão" disse...

Bem lembrado, "anônimo". Um sujeito com o nome de "Prego Lorde" só pode ser personagem de boas estórias. Pelo menos uma que justifique tal nome.

Anônimo disse...

Salve,
adorei o verbo "fumaçar".
Conte outra.