4.7.05

ZÉ DUM DUM

Até o final dos anos 40 a cera de carnaúba constituia a principal renda dos fazendeiros dos municípios de Santo Inácio, Xique-Xique e Barra do Rio Grande. Sua extração passava por etapas diversas, desde a derrubada das palhas, passando pela secagem nas ramadas, trinchagem (rasgar as palhas com trincha, uma espécie de faca), pela batida das palhas para extração do pó e finalmente a fervura do pó para formação da cera, envolvendo muitos trabalhadores que, em virtude da remuneração miserável por um trabalho penosíssimo, surrupiavam sempre palhas, pó e até mesmo a cera.

Zé Dum Dum vivia nos tabuleiros de Santo Inácio exercendo o ofício de "alfaiate de couro", confeccionando gibão, perneira e outras peças de couro para vaqueiro, fazendo, eventualmente, bico no carnaubal.

Certa feita desapareceu grande quantidade de palhas em determinada ramada, verificando-se a existência de um rastro estranho, disforme e redondo, a partir da saída da ramada. Antônio do Cupido, famoso conhecedor de pegadas, humanas e de animais, foi chamado para analisar a famigerada pegada. Estudando-a longamente, sentenciou afinal:

- O rastro é do tinhoso, mas a passada é de Zé Dum Dum.

Descobriram mais tarde ter sido o manhoso Dum Dum o autor da "defesa". Amarrara aos pés palhas de carnaúba para imprimir no areal o rastro redondo do capeta.

3 comentários:

Bródi "Tom" Negão" disse...

Tem uns cabras aí, do PT, parece que nem sequer se deram ao trabalho de camuflar as pegadas.

Anônimo disse...

Sr. Francisco,
e depois diz que não quer saber de política, já viu muita coisa, etc e tal: acontece que o caso do rastro do tinhoso e passada do Dum Dum é perfeita para o momento.
O ZH lê meus pensamentos e sai por aqui plagiando. Pode?

Francisco Pimentel de Meirelles disse...

Alô meus caros, não contesto a analogia do furto das palhas com o caso presente. Entretanto, as pequenas tretas que o Dum Dum fazia pela sobrevivência, é uma gota dágua no oceano da bandidagem do momento.Saúde e paz.