Quando garoto, ouvi de uma prima, Laura, que viveu algum tempo em casa de meus pais, que no seu torrão natal, Poço do Cavalo, lugarejo roceiro no Distrito de Gameleira, então Município de Brotas, as festas dançantes eram compostas de pares do mesmo sexo, ou melhor, barbado com barbado, e titulavam-nas DANÇA DE MOCOTÓ. Creio que o costume não era imposto pela falta de damas, mas por excesso de pudor daquelas almas simples, naqueles velhos tempos, em paragens longinquas da civilização, onde "JUDAS PERDEU AS BOTAS".
Causou-me surpresa, porém, tomar conhecimento que, ainda nos anos 50, tal prática ainda acontecesse: meu saudoso conterrâneo, Naylor Mendes Gomes, Engenheiro Civil, diplomado no início da década de 50, contou-me a história a seguir, que lhe fora contada pelos protagonistas, dois colegas seus de turma: recém diplomados, foram contratados a trabalhar na construção de rodovias, no alto sertão do estado de Sergipe. Por conveniência do serviço, ficaram sediados num povoado distante, isolado, super atrasado, um fim de mundo.
Mês de junho, foram convidados para uma festa de São João na residência do representante do Prefeito do município. Chegaram ao local da festa quando já havia iniciado o arrasta-pé e notaram estarrecidos duas salas iluminadas com candeeiros "PLACA" a querosene: dançavam homem com homem em uma e mulher com mulher na outra. Os jovens doutores ficaram por ali desconfiados, serviram-se de aipim e licor de genipapo, quando, de repente, chega um mulato forte, com estatura de cerca de 1,80m, e dirigindo-se a um dos engenheiros que era bem baixinho, mandou o convite:
- O doutô aceita dançar comigo?
O infeliz rapaz respirou fundo, raciocinou num relance, e não encontrou outra saída:
- O Sr. me desculpe mas já estou comprometido aqui com o colega, fica para outra oportunidade.
Enlaçou então o companheiro e sairam a dançar em direção à porta de saída.
Causou-me surpresa, porém, tomar conhecimento que, ainda nos anos 50, tal prática ainda acontecesse: meu saudoso conterrâneo, Naylor Mendes Gomes, Engenheiro Civil, diplomado no início da década de 50, contou-me a história a seguir, que lhe fora contada pelos protagonistas, dois colegas seus de turma: recém diplomados, foram contratados a trabalhar na construção de rodovias, no alto sertão do estado de Sergipe. Por conveniência do serviço, ficaram sediados num povoado distante, isolado, super atrasado, um fim de mundo.
Mês de junho, foram convidados para uma festa de São João na residência do representante do Prefeito do município. Chegaram ao local da festa quando já havia iniciado o arrasta-pé e notaram estarrecidos duas salas iluminadas com candeeiros "PLACA" a querosene: dançavam homem com homem em uma e mulher com mulher na outra. Os jovens doutores ficaram por ali desconfiados, serviram-se de aipim e licor de genipapo, quando, de repente, chega um mulato forte, com estatura de cerca de 1,80m, e dirigindo-se a um dos engenheiros que era bem baixinho, mandou o convite:
- O doutô aceita dançar comigo?
O infeliz rapaz respirou fundo, raciocinou num relance, e não encontrou outra saída:
- O Sr. me desculpe mas já estou comprometido aqui com o colega, fica para outra oportunidade.
Enlaçou então o companheiro e sairam a dançar em direção à porta de saída.