Descendente de uma velha famosa, imortal, cosmopolita, a "VELHA CARIA" (considerar o cacófato), não perdia parada, ganhando até de Santo Antônio, o Santo de sua devoção.
Pequeno criador, tendo um garrote desgarrado do rebanho, desaparecido, sem que nenhum vaqueiro soubesse do seu paradeiro, apelou para o Santo casamenteiro:
- Meu Santinho, mande de volta o meu garrote que eu lhe prometo metade do dinheiro que Pedro Marchante me pagar por ele.
Milagre ou coincidência, uma semana após a promessa, eis que lhe aparece um vaqueiro da região, a quem solicitara ajuda, trazendo-lhe o ruminante.
Preso o animal no curral do município, o finório xará do Santo olhou longamente o seu garrote e, dirigindo-se ao seu santo homônimo, falou:
- Me perdoi Santo Antônio, o véio (referia à sua pessoa chamando-o de véio) tava vadiando com vancê; também vancê num carece de dinheiro, né meu santinho?
Dia seguinte, indo com Pedro Marchante ao curral, para fecharem negócio, encontrou-o vazio. O garrote forçou uns moirões apodrecidos e evadiu-se.
Novas promessas a Santo Antônio, pedidos de desculpas e, dias depois, o garrote outra vez recuperado.
Avisado de que o animal encontrava-se no curral, não perdeu tempo: mandou um emissário ao Pedro Marchante e prendeu um galo junto ao garrote.
Perguntado por quanto vendia o garrote, o espertalhão disse que por dois mil reis. O comprador perguntou-lhe se não estaria brincando.
- Nunca falei tão sério. Só que "véio" só lhe vende o bichinho se vancê comprar o galo.
- E quanto custa o galo?
- Quinhentos mil reis.
Depois de alguma pechincha, fecharam negócio: o garrote por dois mil reis e o galo por quatrocentos mil reis.
Chegando em casa, Totonho entregou à sua esposa, Dona Joaquina, um mil reis (era assim representado numericamente: 1$000) para ser colocado no cofrinho de Santo Antônio, no oratório.
Pequeno criador, tendo um garrote desgarrado do rebanho, desaparecido, sem que nenhum vaqueiro soubesse do seu paradeiro, apelou para o Santo casamenteiro:
- Meu Santinho, mande de volta o meu garrote que eu lhe prometo metade do dinheiro que Pedro Marchante me pagar por ele.
Milagre ou coincidência, uma semana após a promessa, eis que lhe aparece um vaqueiro da região, a quem solicitara ajuda, trazendo-lhe o ruminante.
Preso o animal no curral do município, o finório xará do Santo olhou longamente o seu garrote e, dirigindo-se ao seu santo homônimo, falou:
- Me perdoi Santo Antônio, o véio (referia à sua pessoa chamando-o de véio) tava vadiando com vancê; também vancê num carece de dinheiro, né meu santinho?
Dia seguinte, indo com Pedro Marchante ao curral, para fecharem negócio, encontrou-o vazio. O garrote forçou uns moirões apodrecidos e evadiu-se.
Novas promessas a Santo Antônio, pedidos de desculpas e, dias depois, o garrote outra vez recuperado.
Avisado de que o animal encontrava-se no curral, não perdeu tempo: mandou um emissário ao Pedro Marchante e prendeu um galo junto ao garrote.
Perguntado por quanto vendia o garrote, o espertalhão disse que por dois mil reis. O comprador perguntou-lhe se não estaria brincando.
- Nunca falei tão sério. Só que "véio" só lhe vende o bichinho se vancê comprar o galo.
- E quanto custa o galo?
- Quinhentos mil reis.
Depois de alguma pechincha, fecharam negócio: o garrote por dois mil reis e o galo por quatrocentos mil reis.
Chegando em casa, Totonho entregou à sua esposa, Dona Joaquina, um mil reis (era assim representado numericamente: 1$000) para ser colocado no cofrinho de Santo Antônio, no oratório.